A infecção por Clamídia é uma IST (Infecção Sexualmente Transmissível) causada pela bactéria Chlamydia trachomatis e pode afetar tanto homens quanto mulheres.
É um bacilo gram-negativo intracelular com tropismo por células epiteliais colunares, conjuntiva, uretra, endocérvice, endométrio e trompa.
E apesar de ser uma das ISTs mais prevalentes entre a população, muitas pessoas expostas à Clamídia sequer sabem que estão infectadas.
Além de ser transmitida por meio do contato sexual, pode ser passada por transmissão vertical (infecção passada da mãe para o bebê durante a gestação).
Sinais e sintomas
Dentre os principais estão:
- 70%-95% das pessoas infectadas são assintomáticas (principalmente mulheres);
- Cervicite mucopurulenta, friável ou não;
- Cérvice friável;
- Edema cervical;
- Úlceras na endocérvice;
- Uretrite;
- Disúria;
- Leucorreia patológica;
- Sinusiorragia;
- Sangramento intermenstrual;
- Dor em baixo ventre inespecífica;
- Dispareunia;
- Sinais e sintomas de DIP;
- Infertilidade.
Consequências
- Cervicite;
- Uretrite;
- Salpingite, Endometrite, DIP;
- Dor pélvica crônica;
- Síndrome Fitz Hugh Curtis;
- Linfogranuloma venéreo;
- Infertilidade;
- Gestação ectópica;
- Abortamento;
- RUPREMA;
- TPP;
- Conjuntivite neonatal;
- Pneumonia neonatal.
Fatores de risco
- Menos de 25 anos;
- Início precoce de atividades sexuais;
- Múltiplos parceiros sexuais;
- A falta de uso de preservativos;
- Ectopia cervical;
- Tabagismo;
- Outras ISTS.
Diagnóstico
Em mulheres, a infecção urogenital por Chlamydia trachomatis pode ser diagnosticada por swab cervicovaginal ou jato da primeira urina.
Em homens, pode ser diagnosticada por swab uretral ou jato da primeira urina.
Os testes de biologia molecular são os mais sensíveis e por isso recomendados para a detecção de Clamydia trachomatis.
Os testes indiretos podem ser feitos com pesquisa de anticorpos séricos. São frequentemente utilizados para rastreamento por serem de fácil coleta, porém, têm restrições por apresentarem reações cruzadas e não serem adequados para pesquisa de infecção ativa.
A pesquisa de anticorpos anticlamídia tem valor diagnóstico das infecções complicadas como, linfogranuloma venéreo, tracoma, endometriose, salpingite, perihepatite, síndrome de Reiter e pneumonia.
Não é usada no diagnóstico de infecções superficiais como, uretrite e cervicite.
O teste de cultura tem sido o padrão-ouro para o diagnóstico de CT por sua maior especificidade em relação aos outros testes.
Em contrapartida, tem elevado custo, o resultado é demorado e necessita de maiores cuidados para manter o microrganismo.
Rastreio
Todas as mulheres sexualmente ativas abaixo de 25 anos devem ser rastreadas, mesmo as gestantes.
Mulheres acima de 25 anos devem ser rastreadas se apresentam fatores de risco aumentado, como:
Início precoce de atividade sexual;
Múltiplos parceiros sexuais;
Parceira sexual com outros parceiros;
Imunossupressão
Outras ISTS
As gestantes abaixo de 25 anos ou acima desta idade com fatores de risco para IST devem fazer um novo teste no terceiro trimestre.
Não há evidências suficientes para rastreio de homens heterossexuais com baixo risco para infecção.
Tratamento
O tratamento para clamídia é feito com o uso de antibióticos de acordo com a orientação do médico. Durante o tratamento recomenda-se que a pessoa não tenha nenhum tipo de contato íntimo e que seu parceiro também siga o mesmo tratamento para evitar novas infecções pelo agente causador da doença.