O Mycoplasma e Ureaplasma são IST's menos frequentes, mas que também podem causar efeitos nocivos à saúde da mulher.
Mycoplasma genitalium é uma bactéria que pode ser transmitida durante a relação sexual, tanto por penetração vaginal quanto por sexo oral. Esta bactéria é responsável por uma pequena parcela dos casos de infecções ginecológicas.
Em mulheres, a infecção pode causar sintomas como dor ou ardência ao urinar, dor durante a relação sexual e corrimento vaginal.
Ureaplasma é outro tipo de microrganismo que pode ser transmitido durante o ato sexual e que também pode causar infecções ginecológicas em mulheres. Em muitos casos, essa bactéria pode ser assintomática, mas em outros pode causar corrimento vaginal, dor durante a relação sexual e dor ou ardência ao urinar.
Usar preservativos durante a relação sexual é uma das principais formas de se prevenir contra essas bactérias, mas também é importante buscar tratamento médico adequado caso os sintomas apareçam.
Ter conhecimento sobre essas doenças é essencial para possibilitar o diagnóstico, rastreamento e tratamento adequado, quebrando a cadeia de transmissão.
Para você entender melhor sobre o assunto, trouxemos algumas informações atualizadas sobre Mycoplasma e Ureaplasma em mulheres.
M.hominis, U.urealyticum e U.parvum
Não há evidências adequadas de que M.hominis, U.urealyticum e U.parvum causem vulvovaginite inflamatória, cervicite, DIP, uretrite, infertilidade ou gestação ectópica.
Em muitos estudos não foi feita a diferenciação entre U.urealyticum e U.parvum e não foi feita a correção de fatores confundidores como a presença concomitante de clamídia, gonococo e vaginose bacteriana.
Fonte: Should we be testing for urogenital Mycoplasma hominis, Ureaplasma parvum and U. urealyticum in men and women? – a Position Statement from the European STI Guidelines Editorial Board 2018
Culturas para Micoplasma e Ureaplasma
A maioria dos estudos antigos utilizam cultura, o que ainda é comumente usado devido à disponibilidade e facilidade no uso dos kits de cultura com teste de suscetibilidade a antimicrobianos de forma inapropriada.
As culturas não distinguem entre Ureaplasma urealyticum e parvum e os resultados são frequentemente liberados como Ureaplasma Urealyticum ao invés de Ureaplasma spp, gerando mais confusão.
Fonte: Should we be testing for urogenital Mycoplasma hominis , Ureaplasma parvum and U. urealyticum in men and women? – a Position Statement from the European STI Guidelines Editorial Board 2018um ao invés de Ureaplasma spp, gerando mais confusão.
Deve-se realizar a testagem de M.hominis, U. urealyticum e U.parvum em caso de IST’s?
Baseado nas evidências atuais, o rastreio e o tratamento de rotina de homens e mulheres sintomáticos e assintomáticos para M.hominis, U.urealyticum e U.parvum NÃO É RECOMENDADO.
U. urealyticum em grandes cargas bacterianas pode causar uma pequena proporção dos casos de uretrite não gonocócica masculina, mas a maioria dos homens e mulheres infectados/colonizados por ela não desenvolve doença.
Tratamentos antimicrobianos que resultam na erradicação são difíceis e a cura não é associada à erradicação.
Fonte: Should we be testing for urogenital Mycoplasma hominis , Ureaplasma parvum and U. urealyticum in men and women? – a Position Statement from the European STI Guidelines Editorial Board 2018.
Deve-se realizar rastreio para M.genitalium?
Mesmo com a presença de Mycoplasma genitalium a maioria das pessoas é assintomática e elimina a infecção sem desenvolver a doença.
Fonte: Should we be testing for urogenital Mycoplasma hominis , Ureaplasma parvum and U. urealyticum in men and women? – a Position Statement from the European STI Guidelines Editorial Board 2018.
Alguns pacientes apresentam uretrite, proctite, sangramento pós-coito, cervicite e doença inflamatória pélvica (DIP).
O teste deve ser limitado a pacientes sintomáticos e a contatos sexuais de pacientes que testaram positivo para M.genitalium.
A triagem assintomática é desencorajada.
Fonte: Sexually Transmitted Infections Treatment Guidelines, CDC, 2021
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